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O Vidro de Murano

16/08/2019 4 comentários Murano

Por volta de 5.000 a.C, mercadores Fenícios na região do Oriente Médio montaram acampamento, fazendo uma fogueira com materiais diversos que ali encontraram buscando se aquecer no frio da noite. Já pela manhã, notaram que da fogueira criada escorrera um líquido brilhante e quase transparente que àquela altura já havia se solidificado. Assim se deu a descoberta do vidro.

Essa é uma das inúmeras versões que buscam explicar a origem da fabricação do vidro. Sabe-se que pode ser produzido naturalmente por meio do calor de raios e do fogo junto a uma mistura específica de materiais que por acaso estavam juntos naquele momento. Fato é que o elemento em si encantou o ser humano, que passou a dominá-lo e moldá-lo de acordo com sua vontade.

A descoberta da técnica do sopro foi o que realmente popularizou o uso do vidro e permitiu acesso às massas. Esse método consiste em colher parte do material na ponta de uma cana vazada e, ao soprar a outra extremidade, forma-se uma bolha no interior do vidro fundido, tornando-o oco. A velocidade do processo baixou custos, o que possibilitou o aumento da produção de peças.

 

     Colhimento do material na cana de sopro.             

         Sopro moldando a futura peça.

Em dado momento da história, os romanos entraram em contato com o vidro, que se dispersou por todo o Império. Começaram, então, a desenvolver técnicas de modelagem do material para as mais diversas finalidades – copos, taças, pratos, vasos, entre outros. Dominadas e aperfeiçoadas pelos mestres vidreiros venezianos, essas técnicas tornaram-se segredos passados de geração em geração.

Com passar dos séculos, Veneza surgiu como grande polo comercial da produção de vidro. Ali descobriram uma nova mistura de componentes que, após fundidos e solidificados, davam origem a um material extremamente translúcido, que denominaram “cristallo”, tão semelhante era ao cristal natural.

No século XIII, o crescente número de incêndios decorrentes da grande quantidade de fornos levou à criação de um decreto que resultou na transferência das famílias vidreiras para Murano, uma das ilhas de Veneza, e ali os processos artesanais de produção de cristais permaneceram secretos durantes muitos anos.

 

Descendente de uma das mais tradicionais famílias de mestres vidreiros, Mario Seguso veio de Murano para o Brasil em 1954, a convite da Cristais Prado, para desenvolver peças especiais para a comemoração de 400 anos da cidade de São Paulo. Apaixonado pelo país, se estabeleceu em Poços de Caldas, Minas Gerais.

 

Trabalhadores brasileiros moldando a futura peças nas tradicionais técnicas de Murano.

A fim de produzir uma linha de peças mais ao gosto do país que o encantara, fundou em 1965 a Cristais Cá d’Oro, utilizando a mesma técnica trazida de Murano. As peças sóbrias e de design inovador conquistaram não só os moradores da cidade, mas o mercado brasileiro, consagrando a empresa que vem se mantendo sob o nome Seguso há três gerações.

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